Em 17 de outubro, o Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juros pela terceira vez em 2024, destacando que a inflação na zona do euro está mais controlada, enquanto as perspectivas econômicas se deterioraram. Este é o primeiro corte consecutivo em 13 anos, sinalizando uma mudança de foco de combate à inflação para a proteção do crescimento econômico, que está atrasado em relação aos EUA.
Os dados recentes favoreceram a decisão, com indicadores de atividade e inflação abaixo do esperado. O corte de 0,25 ponto percentual reduz a taxa de depósitos para 3,25%, e os mercados antecipam mais três cortes até março. O BCE não indicou futuras mudanças, reiterando que as decisões serão tomadas com base nos dados recebidos. O euro subiu ligeiramente após a decisão, e investidores aguardam a coletiva de imprensa da presidente Lagarde para mais informações.
INFLAÇÃO E CRESCIMENTO
O BCE está próximo de controlar a inflação, que caiu para 1,7% no último mês, abaixo da meta de 2% pela primeira vez em três anos. Apesar de a inflação poder ultrapassar 2% no final do ano, espera-se que permaneça em torno desse nível. Os aumentos salariais ainda sustentam a inflação doméstica, mas essa pressão está diminuindo.
As altas taxas de juros têm prejudicado investimentos e o crescimento econômico, que está fraco há quase dois anos. Dados recentes indicam que a situação pode persistir. Além disso, o mercado de trabalho, embora resiliente, começa a mostrar sinais de enfraquecimento, como a queda na taxa de vagas.
Diante desses desafios, alguns membros do BCE pedem uma flexibilização da política monetária para evitar riscos de crescimento ainda mais baixo. Questões estruturais, como altos custos de energia e baixa competitividade na Alemanha, não podem ser resolvidas apenas com cortes nas taxas de juros, embora isso possa ajudar marginalmente.
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